sábado, 19 de agosto de 2017

A Espiritualidade da Idade Média - Final

O Homem medieval à procura de Deus

Paulo da Costa Paiva


            A espiritualidade medieval era praticamente inacessível na sua essência original, por quase toda parte dos leigos que nada compreendia principalmente durante a celebração eucarística que era em latim. Mas o leigo tinha sede profunda de Deus e deseja ardorosamente está ligada ao divino e a saída que encontraram foram através de piedades e devoções através das Peregrinações, cultas as relíquias e milagres. Muitas peregrinações existam nessa época como, por exemplo, as destina para Terra Santa, são Tiago de Campostela, São Miguel de Gargano e etc. Entre elas haviam as peregrinações com forte carga emocional e pouco conteúdo teológico que inicialmente era apenas de irem aos locais sagrados com o objetivo de terem contato com as relíquias e poderem testemunharem muitos dos milagres que se manifestavam, posteriormente se tornaram um caminhar de reflexões interiores na busca de resposta para uma vida de santidade, tendo como modelo, o próprio Cristo, surgindo posteriormente uma espiritualidade penitencial.

            A igreja percebendo que os leigos em sua maioria além de serem mal instruídos eram extremantes rudes e totalmente materialistas apesar de sentirem sede de Deus, buscava (Igreja) levá-los a um despertar, em cada fiel uma transcendência em comunhão com Deus por intermédio da Igreja, não hesitaram diversas formas devoções e praticas, mas a artes em especial, foi algo muito instrutivo em diversos sentido para esse objetivo ser atingido, onde se fazia deslumbrar as grandezas e a infinitude riqueza do poder de Deus por exemplos nas grandes construções como as catedrais e edifícios sacros, esculturas, vitrais, mosaicos e etc. Com o decorrer dos séculos o homem ocidental mas precisamente a grande massa populacional se tornava mais civilizada em todo os sentidos, aguçando um despertar de consciência para as coisas espirituais que até antes era privilegio dos clérigos e monges, buscando o recolhimento e as reflexões havendo uma grande valorização do sacramento  penitencial e através do acesso possíveis que tinham com a Escrituras Sagradas.           

            A vida mística, que é um mergulhar no mistério divino na sua mais perfeita comunhão, são poucos que chegavam a essa intimidade profunda com Deus, normalmente quem tinha um acesso mais provável seria os monges principalmente pela situação que se encontravam, e Eles mesmos apresentam forma para se chegar ao grau de profunda intimidade mística. Tendo como fundamento necessário para caminhá-lo a intima comunhão com Deus, a Escritura Sagrada seria a porta de entrada sendo que ao purificar a memória, a alma se sente livre a tentar elevar-se a Deus. Entre essas escolas podem se destacar desse período as dos monges Cistercienses com seu modo sistemático que tem como ponto de partida o Livro “Cântico dos Cânticos” revelando toda uma dialética das relações entre o criador e as Criaturas, entre o amante (Deus) e sua amada (alma = Humano). 

            Existiram também nesse período outras vias como associar à reflexão intelectual a procura amorosa da presença divina (Escola de São Vitor) dos cônegos regulares, outra forma que surgiram também nessa época foram nos meios femininos, que desabrochou nos claustros beguinos na devoção á humanidade de Cristo e na vontade da participação do mistério da Paixão do salvador. Com o decorrer do tempo ouve profundas modificações, se destacando como inovador a via dos dominicanos e beguinos, que apresentava a via a essa mística como um procedimento reverso, não se tratava de subir a Deus, mas de se abandonar em Deus, perder-se para melhor se encontrar-se, tornando-se pela graça o que Deus é por natureza, que consiste em uma desapropriação de si indo até a renúncia, à vontade de obter a salvação.

Pax!

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