sábado, 27 de setembro de 2014

O Cânon Católico

Cânon das Sagradas Escrituras
Paulo da Costa

         O cânon cristão foi concluído no final do século IV (Concílio de Hipona - 393), que tinha o objetivo de discutir e deliberar a lista oficial dos livros que deveriam ser considerado inspiração divina, entre eles os livros deuterocanônico. Este cânon foi confirmado em concílios posteriores (Cartago – 397/ Florença – 1441) e finalmente em 1546 por intermédio do decreto de “Canonicis Scripturis” no concílio de Tentro. Percebe-se forte influencia patrística em todo seu processo como também a participação em sua sistematização e conclusão. Os primeiros cristãos muitos vindos do judaísmo se utilizaram da tradução grega da septuaginta, cânon longo (Alexandria), e em suas missões de anunciar Cristo principalmente aos povos pagãos, mas precisamente ao império Greco-romano. 
       Para os Padres da Igreja a Escritura hebraica era de suma importância, pelas suas profundas riquezas de ensinamento sobre a economia da salvação, mostrando todo o processo histórico de um povo que teve uma convivência direito com seu Deus (por intermédio dos profetas), que é ao mesmo tempo Senhor de Israel e Pai de Jesus, onde o próprio Cristo nos confirma que o tempo prometido chegou por seu intermédio, sendo isso profetizado por épocas anteriores. Surge então no século III uma grande duvida entre os cristãos que causa grandes discussões com os judeus, pois alguns Padres da Igreja evitavam os livros deutero-canônicos, e se utilizando somente dos proto-canônicos. A discussão sobre a extensão material do Antigo testamento emergiu especificamente sobre os questionamentos de que certos livros(deutero-canônicos) não fazem partem do cânon judaico.
         Outras problemáticas foram relacionadas ao surgimento dos Escritos Sagrados do novo Testamento, pois antes do surgimento dos primeiros livros, nos primórdio do cristianismo os apóstolos e também seus sucessores evangelizavam numa tradição oral, baseado nos testemunhos vividos junto ao Mestre (Jesus). Diante das situações e dificuldades de cada comunidade, os Pastores escreviam cartas pastorais, dando orientações, exortações ou motivações de fé diante das tribulações e perseguições, já no final do primeiro século existia os escrito dos Atos dos Apóstolos (Evangelista Lucas) e também o apocalipse da comunidade Joanina. 
          No período do final do século I para o inicio do II surgiram variedades tipos de texto nas diversas comunidades, Juntos com esses textos, surgiram outros de origens duvidosas e tendenciosas (Apócrifos), surgiram então às heresias que permaneceram por longos séculos. A partir do meado do século II e posteriores, surgiram correntes heréticas (Gnosticismo; Marcionismo; Motanismo; Arianismo...), que entraram em conflito com as fidelíssimas tradições cristãs, e por necessidade se viu a emergência da determinação do cânon, que então a partir do ano de 393(Concílio de Hipona) se desenvolveu toda uma sistematização junto de grandes autoridades eclesiásticas (Padres da Igreja) que deram uma imensa contribuição para formação do cânon cristão sendo confirmado posteriormente em concílios futuros. Entre os padres da Igreja que tiveram uma participação fundamental nesse período foram Santo Agostinho e santo Atanásio.

Pax!

Um comentário:

  1. Oi, já somos amigos no Dihitt . Queria te dizer que já estou participando do seu blog, te adicionei no G+ . Seu blog é muito interessante. Belo trabalho!
    Abraços
    www.fatoscuriososdahistoria.com

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