sábado, 9 de agosto de 2014

Exegese na Patrística - 2ª Parte

Exegese Patrística - 2ª Parte
        Paulo da Costa
        Sobre a escola de Alexandria (Inicio do III século), se valorizava a interpretação alegórica principalmente haurida da etimológica de nomes hebraica. Percebe-se claramente uma forte relação com a religião judaica e a filosofia grega. Entre seus representantes temos Clemente de Alexandria como também seu discípulo Orígenes ambos consideravam as Sagradas Escrituras como palavra inspirada por Deus, que em seu método, mesmo reconhecendo a importância do sentido literal dos escritos, buscava valorizar, sobretudo a interpretação espiritual (Alegórica), compartilhando da união corrente de que, regras especiais tinha que ser aplicadas na interpretação das mensagens divina.
         A escola de Antioquia (Final do III século), conhecida por uma leitura baseada, mas no sentido literal, tem Lúcio e Doroteu como prováveis fundadores que incentivaram os estudos das línguas originais das escrituras sagradas (hebraico e o grego), como também tiveram a iniciativa de redigir os comentários bíblicos. Com o objetivo de se determinar o sentido original da bíblia, desenvolveram uma exegese verdadeiramente cientifica. Como seus principais representantes, temos Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo que se diferem um pouco entre si seus pontos de vista. Teodoro era mais intelectualista e dogmático, um famoso crítico e interprete histórico-gramátical das sagradas escrituras, já o João era mais espiritualista e prático, mesmo sendo um grande exegeta foi um púlpito orador. Pelo o esplendor de sua eloquência foi popularmente conhecido como Crisóstomo (Boca de Ouro).
         A escola ocidental (Entre os séculos V e VI) surge de maneira que busca uma síntese, através de um tipo intermediário de exegese bíblica, acolhendo alguns elementos tanto da escola de Alexandria (alegórica) como também reconhecendo alguns princípios da escola de Antioquia (Literal). Tendo como diferencial o fato de promover algo que passou despercebido com o decorrer dos tempos, que foram à autoridade da tradição e da Igreja na interpretação das Sagradas Escrituras. Essa exegética teve como seus representantes, principalmente Hilária e Ambrósio e especialmente Jerônimo e Agostinho.
         São Jerônimo inicialmente trabalhava sua exegese na alegórica de Orígenes, mas com o decorrer do tempo viu a necessidade de uma exegese mais fiel as suas originalidades da língua mater, buscando o sentido literal, pois acreditava que esse método desvendava de forma mais profunda as escrituras. Escreveu vários comentários sobre diversos livros da bíblia, como também traduziu para o latim, sua maior obra foi a vulgata. Santo Agostinho que anteriormente era maniqueísta (Desvalorização do NT e uma ressalta antropomórfica absurda do AT), que através de uma exposição de santo Ambrosio em Milão Agostinho passa adotar uma sistemática alegórica, mas de uma forma bem peculiar (enfatizar considerações pelo sentido literal e de basear o alegórico sobre ele), apesar de seus conhecimentos sobre as línguas originais ser bem deficiente, sua originalidade e inteligência, o tornou uma das maiores referência teológica e filosófica dentro do Cristianismo de sua época como na atualidade também.

Pax!

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