sábado, 24 de maio de 2014

Homens de pouca Fé

Onde está a vossa fé?
Paulo da Costa

" E sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo.E, chegando-se a Ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança." (Lc 8, 23-24)
            Jesus ao subir na barca orienta seus discípulos a navegarem ao outro lado do lago, durante o percusso, Ele adormece então repentinamente surge uma tempestade com fortes ventos e água invadindo a barca, causando um grande temor aos discípulos que se viram na necessidade buscar acordar o mestre pois estavam com medo de morrerem. Ao despertar, Jesus severamente conjurou o vento e as ondas que cessaram e tudo se apaziguou. Jesus exortava seus discípulos sobre a fé deles, mas os discípulos ainda impressionados se perguntavam quem será esse que até o vento e as ondas o obedecem? Essa leitura é bastante atual e nos traz grandes questionamentos de nossa fé em Cristo, e até que ponto nos assemelhamos aos discípulos? Vamos destrinchar cada momento da perícope desse texto evangélico identificando com a nossa realidade. Logo nas primeiras palavras, se observa que Jesus tem a iniciativa de entrar na barca, orientando para ir outro lado do lago.  Podemos perceber o chamado de Deus em nossas vidas, Ele nos chama para caminhar, e nessa trilha somos convidados a mudarmos de vida radicalmente (outro lado do lago) , seguindo a nossa vocação.  Mas durante essa caminhada, que é a nossa peleja ao carregarmos a cruz, somos muito provados dia a dia, a cada instante, podemos cair em pecado e nos distanciar cada vez mais  de Deus, fazendo adormecer  a ligação (comunhão) com Cristo. Surgindo então as tribulações (pecados), pois ao nos distanciamos da luz ficamos nas trevas, sem norte e totalmente cegos e desorientados afundando a cada passo que dar.
             Muita das vezes por estar caminhando na Igreja, sendo nos grupos (Comunidade), pastorais ou movimentos,corremos o risco de subestimar  as pessoas (julgando-se melhor) e até o próprio Deus,achando-se que sendo engajado na Igreja (Independente de qual seja o credo) estaria fazendo um grande favor a Deus em beneficio da salvação e evitando dessa forma o inferno. Isso é um pensamento medíocre e mesquinho, pois entra em total contradição com a boa nova. Nada se faz em troca nem  mesmo pelos Céus, porque isso seria um comercio um jogo de interesse, mas se deve fazer tudo por amor, sem interesse nenhum a não ser a felicidade do próximo em comunhão com a vida(Deus) em plenitude. isso só é possível através do grande anuncio que se manifesta pelo o testemunho que se faz na práxis da caridade ao próximo. Se observarem bem, a profissão de Jesus era de carpinteiro e a maioria dos discípulos eram de pescadores, então quem poderia se impor por sua experiência nos mares?Seria os próprios discípulos, e quem não nos garante que eles nas suas ignorâncias não subestimaram o Mestre (carpinteiro)? Que adormeceu na barca. Assim acontece com muitos que vivem há anos na caminhada, se acham na autoridade de julgar e condenar o seu irmão (usurpando o lugar de Deus).  Essa atitude é autenticamente farisaica pois somente a Cristo cabe a autoridade de julgar e a nós de servir a Deus com a nossa própria vida sendo instrumento de vossa paz, (luz pra o mundo e sal para terra).
            Voltando as tribulações, as tempestades e as ondas agitadas de nossas vidas, é necessário reconhecer que nada somos sem Cristo em nossas vidas. Se não reconhecermos as nossas limitações e fragilidades (pecados), se torna difícil a reconciliação com Deus. Os discípulos que eram veteranos dos mares, se sentiram acuados diante das tribulações e se viram na urgência, reconhecerem impotentes diante da situação e pedir auxilio do Mestre, para isso se fez necessário despertar o Cristo dentro de nós. Nos afastando de Deus por causa dos pecados, devemos ter a humildade de reconhecermos como pecadores arrependidos, a necessidade de buscarmos a Jesus como Senhor de nossa vida, aquele que cura, liberta e nos dá a verdadeira paz. Mas para isso é urgente a busca, ter um encontro com o nosso Senhor, ir ao deserto (interior). Se não tiver novamente a intimidade com Cristo através da oração como também dos sacramentos, jamais poderá  ser  verdadeiramente um discípulo a serviço do Reino de Deus. Busquemos amadurecer na intimidade com Cristo, onde ser faz necessário uma vigilância constante (Onde está a vossa fé?) e uma vida de apostolado na fé e na caridade ao próximo no amor de Deus. Buscar não cair em tentação é um exercício de fé, e se cair não se desesperar pois até mesmo nas quedas aprendemos o com o Mestre a se levantar. Ir a Deus é essencial , por isso é fundamental confiar na sua misericórdia enquanto antes, o que não deve, é ficar somente maravilhado com as obras de Deus e não se comprometer a uma verdadeira conversão em unidade plena com Deus.

Pax!

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